Muitos brasileiros poderão considerar que a derrota do Atlético Mineiro frente ao Raja Casablanca foi uma autêntica “vergonha mundial” já que o time brasileiro vem de uma das maiores escolas de futebol do planeta.
Contudo a partida vista hoje em Marrakech revelou outro fato.
A equipe marroquina atuou com muito mais coração. Os africanos foram mais focados e se dedicaram de corpo e alma com uma força impressionante. O Atlético Mineiro bem que tentou usar o seu tradicional jogo com Ronaldinho Gaúcho e Tardelli na armação e com Fernandinho e Jô como atacantes de área.
Porém Tardelli mal pegou na bola dada a marcação cerrada do time verde. Ronaldinho Gaúcho fez uma média atuação, Jô não acertou a pontaria nenhuma vez e Fernandinho é um péssimo atacante. Se Kalil pensou que ele substituiria Bernard com a mesma eficiência deu com os burros na água.
O lateral El Hachimi fez uma partida estupenda. Não deixou os atacantes brasileiros pensarem no que fazer com a bola. Quando conseguiam furar o cerco eram bloqueados pela forte retaguarda do time da casa. Benlamaalem e Oulhaj foram dois monstros em campo. A forte marcação e a inoperância de Fernandinho e Tardelli sobrecarregaram o meio de campo atleticano. Os contra ataques do Raja se revelaram mortais e fulminantes. Num deles o Raja abriu o placar com Moutaouali.
O sistema de jogo da equipe mineira estava totalmente corrompido. Por sorte Ronaldinho Gaúcho que estava apagado no jogo fez um golaço de falta e empatou o jogo, mas o Galo se acomodou. O time marroquino continuou a dar trabalho e conseguiu um pênalti mandrake quase no final de jogo após mais um contra ataque e um erro grotesco da defesa atleticana. Era o fim do sonho. O terceiro gol do Raja foi a pá de cal. O fracasso de uma equipe que jogou sem revelar o seu grande potencial desde o início da partida. O time de Minas não foi nem sombra do elenco que conquistou a América este ano.
O Raja Casablanca deu um show. Desde o início do Mundial Interclubes da Fifa vem surpreendendo e mostrando a força do futebol africano. Marrocos, terra de Just Fontaine que é até hoje o maior artilheiro de uma única edição de Copa do Mundo com 13 gols. Marrocos, a primeira equipe africana a passar para a segunda fase de uma Copa do Mundo.
Marrocos que agora surpreende o planeta com o Raja Casablanca, digno e merecido finalista do Mundial Interclubes. A segunda equipe da África a conquistar a vaga na final diante de um time brasileiro. A segunda equipe vencedora do torneio local a ir para uma final de um mundial a exemplo do Corinthians em 2000.
Vergonha? Vexame? Não há como ter. O mundo evolui e o futebol também. Os africanos foram superiores e inteligentes taticamente e vão dar trabalho ao Bayer de Munique.
Agora os brasileiros e outros times sul americanos vão ter que parar para pensar na tradicional “final antecipada” com os europeus. Agora o Mundial começa bem antes. Lição que ainda não foi muito bem digerida pelos times brasucas dada a imensa dificuldade que eles encontram na primeira partida da semifinais. São Paulo, Inter e Corinthians que o digam.
Que os brasileiros se preparem não apenas para um jogo e sim para dois como o campeão da Champions League fez brilhantemente ontem.
Com a vitória marroquina o terceiro título mundial do Bayer é “barbada”?
Sinceramente depois de hoje se tem sérias dúvidas. Porém o adversário teve todos os méritos para estar lá. Um feito histórico para o futebol da África.
20/12/2013 às 14:25